“Quando um trabalho é significativo? Sempre que nos permite gerar prazer ou reduzir o sofrimento dos outros. Embora nos ensinem a pensar que somos inerentemente egoístas, o desejo de atribuir significado a nosso trabalho é uma parte inata e inflexível de nossa composição, assim como nosso apetite por status ou dinheiro”. (De Botton, Alain – Os prazeres e desprazeres do trabalho: reflexões sobre a beleza e o horror do ambiente de trabalho moderno. Pág. 78).
Junto com toda abundância e variedade causada pelos avanços tecnológicos exponenciais, vejo enormes desafios para o ser humano. Ao mesmo tempo que estamos experimentando vidas com menos convivência e com cada vez mais objetividade / frieza, as pessoas estão percebendo que precisam, cada vez mais, de humanização. Paralelamente à essa sociedade de baixo contato (ou economia da distância), somos seres sociais, carentes de interação, atenção e reconhecimento.
Angústia, depressão e ansiedade aparecem como vilões importantes quando lidamos com cenários incertos. Desconhecido gera medo, dúvida e insegurança. Vamos tentar conhecer um pouco mais, então, o que o futuro do trabalho pode nos proporcionar? Como lidar com esse cenário? O que podemos fazer para fomentar, cada vez mais, impactos significativos na sociedade? O que fazer para se destacar no mundo do trabalho?
Esses dias ouvi uma palestra do Peter Diamandis onde ele cita a possibilidade de que 40% das 500 maiores empresas do mundo podem sumir do mapa como consequência da 4ª Revolução Industrial. Os 6D’s (digitalização, decepção, disrupção, desmonetização, desmaterialização e democratização), inevitavelmente, confrontam qualquer empresa. Se parar no tempo, literalmente desaparece.
O caso Kodak é o exemplo clássico do poder exponencial e de como se deve tratar a evolução do mercado de trabalho. Muitas empresas, por mais que a curva demore para engrenar (que é a fase da decepção), estão criando novos mercados e abalando a tradição. É necessário aceitar a ruptura e desapegar. A Kodak parou no tempo.
E não só desapegar, mas inovar constantemente, já que a tecnologia permite produção e serviços cada vez mais baratos e centralizados em um só lugar. Uber, Skype, Airbnb, Waze, bancos 100% digitais são alguns exemplos. A lista das coisas que estão sumindo não é pequena: câmera fotográfica, CDs, DVDs, GPS, relógio, jornal, revistas… Tudo cabe dentro do seu smartphone!
Além disso, a globalização permite compartilhamento massificado e, portanto, conhecimento descentralizado. O que remete à importância de fomentar a diversidade para uma inteligência coletiva e sem fronteiras.
Crises poderão salvar ou afundar muitas empresa. O futuro do trabalho depende da nossa reação à natureza dos ciclos, já que tempos difíceis proporcionam uma ocasião virtuosa, na minha opinião. É na pressão e no espírito de sobrevivência que mais nos esforçamos para liberar vontade de potência.
Penso que será cada vez mais difícil se diferenciar, seja como empresa ou como pessoa. Seguem algumas dicas que representam bem os desafios no futuro do trabalho para ajudar no seu planejamento pessoal e profissional:
1) Sem agilidade não funciona. Para lidar com a transformação contínua, é necessário simplicidade. Keep it simple e sem burocracias.
2) Inovação não é, necessariamente, invenção. Vale refletir sobre melhoria de processos ou mesmo criação de novos modelos de negócios.
3) Eficiência virá através de capacitação e ousadia. De formar pessoas para diferentes projetos. E de muita disciplina na execução.
4) Volto a insistir na diversidade! Quanto mais diversidade, mais ideias. E, portanto, mais chances de inovação!
5) Horizontalidade e transparência de informações. Prepare-se para trabalhar em rede, em espírito de colaboração e não necessariamente com hierarquias formais.
6) Sugiro ter um tempo para pensar, que seja por um momento, no ambiente e na sociedade. Pessoas genuinamente preocupadas com o futuro e o outro trazem consigo inspiração e liderança.
7) Cada cliente é único. Cada trabalho é único. Pense em como promover experiências diferenciadas baseadas em escuta ativa e customização.
8) Seja singular frente à singularidade! Autoconhecimento, capacidade de aprendizado, criatividade e adaptação seguramente serão as competências mais demandadas para qualquer trabalho, seja ele em casa, para alguma empresa ou no empreendedorismo.
9) Tenha um networking que te desafie intelectualmente. Procure pessoas diferentes. Pipeline incansável de talentos vai te ajudar a lidar com os diferentes desafios.
10) Mais que gestão de tempo, foque em gestão de energia, de forma a harmonizar as 4 esferas da sua vida (física, mental, emocional e espiritual).
Gosta desse futuro? Alguma outra dica para compartilhar? Até quinta, dia que teremos um último post da série futurista. =)